Produtividade e horas trabalhadas
Não é apenas o número de horas trabalhadas que afeta a produtividade, mas também quando e como trabalhamos.
A busca por maior produtividade se tornou uma meta constante das organizações e das pessoas que nelas trabalham.
Mas embora possa fazer sentido pensar que trabalhar mais horas é o segredo para uma maior produtividade, estudos mostram que não é apenas a quantidade de horas trabalhadas que importa: trata-se também de quando e como trabalhamos.
A relação entre horas de trabalho e produtividade é complexa. Exploramos aqui o impacto de semanas de trabalho mais curtas, horas extras, horários flexíveis, horas de trabalho ideais e o uso de rastreadores de tempo produtivo para ajudar a encontrar o ponto ideal de produtividade.
A ligação entre horário de trabalho e produtividade
Antes de explorar as especificidades da produtividade, é importante compreender o conceito fundamental de tempo produtivo. O tempo produtivo tem a ver com as horas durante as quais as pessoas estão genuinamente focadas e aptas a realizar tarefas com eficiência.
Estudos mostram consistentemente que a produtividade tende a diminuir depois que determinado limite de horas de trabalho é ultrapassado. Embora esse limite varie de pessoa para pessoa, há muito se aceita que cerca de 40 horas semanais de trabalho é o limite de produtividade da maioria das pessoas. Além desse ponto, a produtividade tende a diminuir à medida que a fadiga se instala.
Uma semana de trabalho mais curta é mais produtiva?
Alguns estudos sugerem que, no que diz respeito à produtividade e às horas de trabalho, menos pode ser mais. Isso foi confirmado por resultados de organizações que testaram semanas de trabalho de quatro dias. Elas relatam maior satisfação dos funcionários e níveis de produtividade mantidos ou até aumentados.
Mas talvez a semana de trabalho deva ser ainda mais curta: uma enquete realizada pela comunidade local de trabalho Blind revelou que 45% dos respondentes trabalham apenas quatro horas (ou menos) por dia, o que destaca a importância da qualidade em detrimento da quantidade.
Qual é a ligação entre horas extras e produtividade?
Embora horas extras ocasionais possam ser necessárias, o excesso de trabalho crônico pode causar burnout e reduzir a produtividade. Estudos mostram que o excesso de horas extras pode resultar na diminuição dos retornos para as empresas, uma vez que o nível de concentração e eficiência de funcionários cansados são menores.
Por isso, é essencial que as organizações encontrem um equilíbrio entre o cumprimento de prazos e a garantia do bem-estar dos funcionários.
Os impactos negativos das horas extras incluem:
Diminuição da produtividade:
Uma pesquisa da Universidade de Stanford sugere que a produtividade cai quando as pessoas trabalham mais que um determinado número de horas por semana.
A produtividade atinge o pico por volta de 49 horas e depois começa a diminuir. As pessoas que trabalham regularmente mais de 50 horas por semana tendem a apresentar uma queda notável na produtividade.
Impactos na saúde e no bem-estar
O impacto negativo do excesso de horas extras na saúde física e mental dos funcionários não pode ser ignorado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, longas horas de trabalho (incluindo horas extras) estão associadas a um maior risco de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e distúrbios de saúde mental. Funcionários sobrecarregados têm maior probabilidade de sofrer burnout, prejudicando ainda mais a produtividade.
Horas extras e acidentes de trabalho:
Estatísticas da Administração de Segurança e Saúde do Trabalho dos EUA (OSHA) mostram uma correlação entre longas horas de trabalho e acidentes de trabalho.
A OSHA relata que os funcionários que trabalham mais horas, inclusive horas extras, correm maior risco de acidentes devido à fadiga e à redução do estado de alerta.
Engajamento dos funcionários
Os funcionários que fazem horas extras regularmente têm maior probabilidade de sofrer um declínio no engajamento.
Funcionários descomprometidos são menos motivados e produtivos e mais propensos a considerar deixar o emprego. Isso pode ter um impacto negativo na produtividade geral e na taxa de rotatividade de uma organização.
Horários flexíveis aumentaram a produtividade?
Os horários flexíveis foram introduzidos pela primeira vez como uma forma de melhorar o bem-estar dos funcionários. Mas o trabalho flexível também demonstrou efeitos extremamente positivos na produtividade.
Os horários flexíveis permitem que os funcionários trabalhem nos horários do dia em que estão mais alertas e concentrados. Isso confirma que a produtividade individual varia ao longo do dia.
Um relatório recente da Gartner mostra que os trabalhadores digitais, que têm flexibilidade para definir os seus próprios horários de trabalho, consideram totalmente esse recurso como fator chave para aumentar a produtividade.
De acordo com o relatório, horários de trabalho flexíveis geraram:
Aumento na produtividade: impressionantes 43% dos trabalhadores digitais relataram que ter horários de trabalho flexíveis os deixam mais produtivos.
Menos tempo em reuniões: 19% dos trabalhadores afirmaram que horários flexíveis diminuíram o tempo gasto em reuniões.
Ambiente de trabalho mais produtivo: o relatório também constatou que 26% dos funcionários gostaram de poder escolher o espaço físico onde trabalham. Funcionários contentes e satisfeitos costumam ter mais engajamento e motivação, o que aumenta os níveis de produtividade.
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Quais são as horas mais produtivas em um dia de trabalho?
Os estudos sobre os ritmos circadianos revelam que determinadas horas do dia tendem a ser mais produtivas do que outras. Para a maioria das pessoas, a função cognitiva atinge o pico pela manhã, com a produtividade tendendo a diminuir com o passar do dia.
O padrão mais comum de produtividade é mais ou menos assim:
Pico matinal
As habilidades cognitivas, incluindo o estado de alerta, atingem o pico no final da manhã, normalmente entre 10h e meio-dia: o “pico matinal” da produtividade.
É quando as pessoas tendem a estar mais focadas e alertas, sendo o melhor momento para realizar tarefas complexas, resolver problemas e tomar decisões.
Cansaço vespertino
Estudos observaram uma queda natural no estado de alerta e na produtividade no início da tarde, normalmente entre 14h e 16h. Isso é muitas vezes chamado de “cansaço vespertino”.
Durante o cansaço vespertino, as pessoas podem apresentar níveis mais baixos de concentração e se sentir menos enérgicas, tornando-o um momento ideal para tarefas administrativas ou rotineiras ou pequenas pausas.
O segundo pico
O desempenho cognitivo tende a se recuperar do final da tarde ao início da noite, entre 16h e 18h00, um período também conhecido como o “segundo pico”.
O final da tarde pode ser um bom momento para a criatividade, brainstorming e colaboração.
Horário noturno
A noite normalmente não é o horário mais produtivo. Mas alguns de nós somos "notívagos" e estamos mais alertas e produtivos durante a noite.
Os notívagos podem descobrir que tarefas que exigem concentração profunda ou pensamento criativo são mais adequadas para a noite do que para o pico da manhã.
Usar um rastreador de produtividade aumentará a produtividade dos funcionários?
Os rastreadores de produtividade se tornaram ferramentas populares para ajudar as pessoas a monitorar e gerenciar o tempo de maneira eficaz.
Embora nem todas as ferramentas de produtividade sejam iguais, encontrar a que tem os recursos certos pode ajudar você a obter insights valiosos, o que ajuda os funcionários a gerenciar melhor o tempo e as tarefas.
Confira algumas maneiras pelas quais os rastreadores de tempo produtivo podem ajudar a aumentar a produtividade dos funcionários:
Consciência do tempo: os rastreadores de tempo podem tornar as pessoas mais conscientes de como alocam o tempo. Ao visualizar como dedicam as horas de trabalho, elas podem identificar as atividades que desperdiçam tempo e se tornar mais conscientes sobre o gerenciamento do tempo.
Definição de metas e priorização: os rastreadores de produtividade permitem que as pessoas estabeleçam metas e priorizem tarefas de maneira mais eficaz.
Eliminação de distrações: as ferramentas de controle de tempo podem ajudar os funcionários a identificar distrações e interrupções. Uma vez reconhecidos, podem tomar medidas para minimizar as interrupções, como desligar notificações ou definir períodos de silêncio.
Eficiência das tarefas: rastrear o tempo gasto em tarefas específicas ajuda as pessoas a terem consciência da própria eficiência. Isso pode ajudar a identificar tarefas que demoram mais do que o esperado. Assim, os processos podem ser melhorados e as tarefas concluídas mais rapidamente.
Gerenciamento de projetos: os rastreadores de tempo geralmente se integram às ferramentas de gerenciamento de projetos, permitindo que os funcionários monitorem o progresso. A visibilidade em tempo real garante que todos permaneçam no caminho certo e cumpram os prazos, aumentando a produtividade geral.
Responsabilidade e motivação: saber que suas horas de trabalho estão sendo monitoradas pode motivar os funcionários a manter o foco.
Otimização dos intervalos: os rastreadores de produtividade geralmente incluem recursos para monitorar os períodos de intervalo. As pessoas podem usar esses dados para garantir que farão intervalos suficientes para recarregar as energias.
Flexibilidade e adaptabilidade: os rastreadores de produtividade podem se adaptar a diferentes estilos e preferências de trabalho. Eles permitem que os funcionários testem diferentes horários e rotinas de trabalho, ajudando-os a encontrar o dia de trabalho mais produtivo.
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